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Preparar o ano de 2021 no setor imobiliário

O fecho de instalações, a digitalização apressada de operações, a adaptação de medidas excecionais de segurança e saúde e a gestão de toda a conjuntura financeira, cancelamentos e restrições logísticas foram fatores que marcaram, definitivamente, o último ano no setor imobiliário e que irão permanecer no quotidiano destas empresas. O CustoJusto.pt reuniu algumas das principais perspetivas sobre o setor imobiliário no segundo ano marcado pela pandemia de COVID-19.

De acordo com um estudo da Deloitte, o volume global de negócios do setor imobiliário diminuiu cerca de 36% em 2020 face ao ano anterior e, com a duração incerta desta realidade, os preços começam a mostrar sinais de stress.

Escritório, office, escritórios, offices

A pandemia está a influenciar a proposta de valor do imobiliário comercial, especialmente em escritórios, retalho e hotéis, fazendo com que a maioria destas empresas reavalie os seus portefólios. Ao contrário da ênfase habitual na localização dos edifícios, as características “inteligentes” relacionadas com a saúde e a segurança, bem como as competências digitais das empresas imobiliárias, podem desempenhar um papel mais importante nas decisões de arrendamento em 2021.

Uma nova realidade impõe uma postura de adaptação e de reestruturação de procedimentos por parte das empresas. O mesmo estudo apontou que apenas 41% das empresas intensificaram esforços para redefinir os processos empresariais, as funções e as competências tecnológicas. Esta adaptação é, no entanto, essencial para que uma empresa possa manter uma forte posição financeira e operacional.

Teletrabalho, trabalho remoto, remote work

Uma das questões pertinentes é a escolha entre o teletrabalho e o trabalho presente, em escritório ou com clientes. É importante manter a produtividade, mas também o sentimento de segurança e de entusiasmo dos funcionários. Esta redefinição forçada da cultura de trabalho em cada empresa deverá ser encarada com seriedade nos próximos meses e vista como uma decisão a longo prazo. Prepare a sua empresa para esta crise sanitária, mas também para o futuro!

A avaliação desta questão deve ter em conta não só as preferências dos funcionários, mas também as diferentes funções e a sua adaptabilidade às várias formas de trabalho. Não defina uma regra geral para toda a empresa sem considerar as implicações distintas que esta terá em cada função. Aposte, também, em mão-de-obra diversificada e em talentos de tecnologia, pois estes quadros permitir-lhe-ão ter uma maior flexibilidade nas suas decisões.

Preocupe-se, também, em adaptar a experiência dos seus inquilinos ou potenciais inquilinos à nova realidade. Muitas empresas do setor imobiliário têm apostado, cada vez mais, em visitas virtuais às propriedades e na potencialização dos seus canais online para comunicarem com os inquilinos.

O estudo da Deloitte revelou que a maioria das empresas estudadas acredita que a pandemia denunciou deficiências nas suas capacidades digitais e afetou os seus planos de transformação, nomeadamente no que respeita à cibersegurança e à privacidade da informação. 47% das empresas imobiliárias europeias começaram já a redefinir os processos, as funções e os requisitos de competências para incorporar a utilização de ferramentas tecnológicas, tais como aplicações móveis interativas, entre outras.

Avalie a maturidade tecnológica da sua empresa e invista nas ferramentas e no talento adequados para a sua realidade. Olhando às questões de privacidade e segurança, certifique-se de que toda a informação é obtida com consentimento e armazenada em segurança. Pondere, ainda, estabelecer parcerias estratégicas com consultoras tecnológicas para acelerar a transformação digital da sua empresa.

Setor imobiliário, real estate sector

Como já referimos, a pandemia está a criar alterações de longo prazo, pelo que não deve focar-se apenas nos próximos meses. As preferências dos arrendatários e dos utilizadores finais estão também a mudar, o que provavelmente influenciará a procura de leasing, por exemplo. Globalmente, 40% das empresas inquiridas pela Deloitte esperam um declínio no crescimento do arrendamento e 59% antecipam um aumento das taxas de ocupação de imóveis durante os próximos 12 meses. Em média, as empresas de imobiliário pretendem reduzir os custos em 20%, em 2021.

Um outro estudo a 995 inquiridos do setor imobiliário europeu, realizado pela PwC, em colaboração com o Urban Land Institute, aferiu que 71% tem a redefinição do negócio na agenda.

Como focos positivos para 2021, apontam, por exemplo, que, ao contrário da crise de 2008, o capital disponível permanece estável, que os investidores europeus estão mais focados no mercado europeu neste ano do que nas últimas duas décadas e que, aumentando a flexibilidade do negócio e as capacidades autossuficientes dos edifícios a nível energético e tecnológico, num momento que está a alterar as perspetivas dos consumidores, será uma boa aposta para o futuro.

É essencial, assim, redefinir a gestão de custos da sua empresa, bem como a proposta de valor e as competências tecnológicas do seu negócio.

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